O mercado PET FOOD brasileiro é o segundo maior mercado do mundo, com várias indústrias atuando de forma continua e significativa.
O segmento de produtos econômicos ou básicos,representam 65% do mercado, absorve todo o crescimento do setor; o Standard, representa 23% do mercado, permanece estável; e o segmento Premium - 8% do mercado - mais o segmento Super Premium - 4% do setor e mantêm queda. Segundo a associação, as empresas no segmento dos produtos econômicos básicos sonegam 60% dos impostos. O valor sonegado é repassado ao consumidor, beneficiando-o com queda nos preços em até 30%. Isto significa que o crescimento do mercado ocorre nas faixas mais pobres da população. Mas os produtos classificados como econômicos ou básicos têm como característica o baixo valor nutricional e a não arrecadação dos impostos, além de serem considerados, por muitos, a alegria dos veterinários, pois devido ao seu baixo valor nutricional não satisfaz as necessidades diária básica dos animais deixando-os mais sujeitos a desnutrição devido à carência de vitaminas, sais minerais e proteínas.
Devido o baixo valor nutricional, segundo alguns profissionais, estes produtos tornam as idas ao veterinário mais constante, pois o animal fica mais debilitado, por falta de uma alimentação mais rica em nutrientes.
Entretanto, os alimentos industrializados são oferecidos a apenas 45,32% dos animais de companhia, sendo os outros 54,68% alimentados com sobras de mesa. "São aproximadamente 2 milhões de toneladas de arroz, carnes, leite e outros alimentos utilizados para alimentar nossos animais de companhia, conseqüentemente desviados da alimentação humana", afirma o presidente da Anfal Pet, José Maria Parra.
Em 2007, devido ao aumento da exportação de comodites entre elas, milho e soja, e a exportação de arroz, houve um forte aumento nos produtos petfoods que causou uma pequena mudança de hábito entre os consumidores; a volta do uso de arroz e legumes em substituição a ração. A mudança de produtos que tiveram seus preços mais elevados por outros mais em conta; a Ração Premium pela Standard, a Ração Super-Premium pela Premuim e assim por diante, visto que produtos que chegavam ao consumidor por R$ 9,90 passou a chegar ao custo de R$ 14,50. Um aumento significativo de 46,46%.
Sendo assim podemos observar que há uma enorme possibilidade de crescimento no setor petfood, mas como comentei no artigo anterior sobre este mercado, inúmeros fatores podem levá-lo a uma queda acentuada devido ao custo elevado para se manter um animal além da vida moderna onde quase todos os integrantes familiares estão tendo a necessidade de trabalhar.
Esse mercado tem como principais lideres indústrias multinacionais e de grande porte que, ao longo dos anos vem dominando e colocando suas marcas no topo, assim como atacadistas, que mudaram sua estratégia de atuação e tornaram-se distribuidores exclusivos. São poucos, ou quase nenhum os distribuidores multimarcas, além do segmento de auto-serviço com o domínio das grandes redes de hipermercados e supermercados, oferecendo produtos em promoção e para pagamento com cartão próprio e parcelado, dificultando a concorrência com os chamados PETSHOPS.
Quem atuou ou atua nesse mercado à algum tempo deve se lembrar de um conceito que foi criado na época por uma indústria multinacional com uma de suas marcas que liderou o mercado chamada BONZO. Lembram-se do slogam: BONZO NÃO É RAÇÃO, É REFEIÇÃO. Quanto tempo se levou para mudar esse conceito? Muito. Mas outra multinacional, com muita paciência, competência e muita publicidade e divulgação, entrou no mercado e hoje em dia sua marca virou sinônimo de ração: PEDIGREE.
Contudo, temos que ser coerentes, méritos tem que ser atribuídos a estas grandes empresas que souberam, com muita paciência e investimento em publicidade, propaganda, pesquisa de mercado e divulgação e profissionais, conquistaram um mercado promissor e concorrido, e estão se mantendo como lideres desse segmento.
Novas indústrias estão aparecendo e tentando, sem êxito, entrar no mercado principalmente paulista, para competir com os chamados produtos de ponta ou lideres de mercado. São produtos de qualidade? SIM. São produtos com preços mais acessíveis? SIM. Possuem embalagens modernas? SIM. E porque não conseguem se firmar? Aí cada um terá que procurar sua própria resposta, mas posso dizer, pela experiência profissional nesse segmento, falta estrutura para as novas empresas.
Quando falo de estrutura não estou me referindo ao espaço físico, maquinário ou produto, mas investimento e logística. Muitas empresas, eu poderia citar várias, mas não acho que seja necessário, se lançam no mercado sem ter, ou acham que tem, a noção exata de como funciona esse mercado. Não há uma pesquisa detalhada. Muitas não conhecem seus concorrentes a fundo e suas políticas de atuação. Outras não conhecem bem a região e principalmente os seus prováveis clientes que são na maioria das vezes lojistas que formam e trabalham para o crescimento das marcas. São formadores de opinião. Eles é que, praticamente determinam junto com os consumidores o que se vende e o que não se vende nesse segmento.
Hoje em dia com a crescente concorrência e a competitividade que existe, sem um investimento em publicidade e propaganda de seus produtos, dificilmente estas empresas conseguem manterem-se no mercado, umas acabam desistindo e contentando-se com o entorno da indústria. Outras acabam sendo vendidas para as empresas que lideram o mercado, e outras simplesmente desaparecem, não se houve mais falar delas.
Empresas que tenham a pretensão de entrar e manter-se no mercado, tendo a possibilidade de crescimento constante no mercado PETFOOD, hoje, devido às circunstâncias devem ter em mente que estarão concorrendo não só com grandes empresas, mas também com um conceito que vem mudando. Em virtude do alto custo que se tem para manter um animal doméstico e as dificuldades que são impostas por condomínios que não aceitam animais em suas dependências vem influenciando a diminuição do consumo de rações.
Outro fator importante é ter profissionais que conheçam o mercado, que saibam a real situação e as dificuldades de cada lojista ou distribuidor.
Formar uma equipe coesa, determinada e comprometida com os objetivos das empresas esta cada vez mais difícil. Á maioria das empresas acreditam que veterinários visitando constantemente os pontos de venda obterão melhores resultados, e o que tenho visto e observado é exatamente o contrário. Os lojistas também preferem comercializar as marcas já tradicionais no mercado, que não precisam de divulgação, o cliente entra e pede. Em conversa com alguns donos de pets e lojas de bairro pude tirar algumas informações a respeito desse fato, muitos disseram o seguinte:
“Para que é que eu vou perder tempo oferecendo uma nova marca se o cliente já vem com o nome na ponta da língua. Só tenho que entregar o produto e receber o pagamento. Já pensou o tempo que eu gastaria para convencer meu cliente a levar outro produto ou outra marca? Tempo é dinheiro. Não dá.”
“Na minha loja só trabalho com marcas conhecidas. Não preciso ter trabalho. Cliente entra, pede e paga.”
“O que acontece é que a gente leva tempo para convencer nossos clientes a mudar de marca quando ele muda algo acontece que o produto some. Aí tenho que convencê-lo a voltar a usar a marca anterior. Por isso não faço mais esse trabalho. Só vendo o que o cliente procura. O cliente sempre reclama quando tem que mudar de novo.”
É por essas frases e outras que tiro algumas conclusões, talvez eu esteja errado, não sou dono da razão, tem que haver conscientização de empresas e empresários sobre alguns aspectos de mercado, não só do segmento petfood, mas de outros segmentos também.
Hoje em dia precisam avaliar o segmento em que atua; investir em profissionais experientes e na divulgação de seus produtos e marcas; propaganda e publicidade para atingir diretamente o consumidor. Definir uma política, traçar objetivos e acima de tudo, muita paciência, o retorno virá.
Fonte: http://blogs.abril.com.br/admempresas/2009/05/mercado-pet-food-qual-objetivo-sua-industria.html
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