sábado, 3 de abril de 2010

Doenças por protozoários (toxoplasmose, chagas, leishmania) e várias viroses (hepatites humanas, por exemplo) não tem cura parasitológica. Se se fizer os mesmos exames que se fazem nos cães em seres humanos vc constatará a presença de parasitas, o que é absolutamente normal e desejável. A persistência do patógeno no nosso organismo fica funcionando como uma “vacina”, termo chamado de “premunição”.

Os animais tratados são portadores não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.

É sempre bom lembrar que a leishmaniose, como a dengue, é doença infecciosa não contagiosa: não se transmite por contato. Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A Dengue se combate eliminando o mosquito (vetor), a Leishmaniose se combate matando o cao (portador)?

O problema da Leishmaniose é o manejo negligenciado do controle de vetores, por absoluta ignorância. Na leishmaniose visceral, matar o cão é ato tão inteligente como matar o ser humano para controlar a Dengue.

Aos mais refratários, é sempre bom lembrar que na Europa não se eutanasiam cães. Aliás, não há sequer recomendação dos ministérios da saude da espanha e itália em recomendar a eutanásia de cães, porque: 1º não existem trabalhos científicos que comprovem a eficácia da eutanásia, mas há vários trabalhos que demonstram que o animal tratado perde muito significativamente o risco de tornar-se um transmissor.

Prof.M.Sc. André Luis Soares da Fonseca
Médico Veterinário
afonseca@nin.ufms.br

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