segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dúvidas do leitor

 

Qual o risco para o ser humano de ter em casa um cão portador de leishmaniose?

 

Quem tem saúde boa, mesmo infectado, pode jamais saber que foi contaminado porque o próprio organismo controla a proliferação do protozoário no organismo, após ter sido picado pelo mosquito palha. Já os mais vulneráveis (crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa), são mais propensos a manifestar a doença. As principais pessoas que contraem a doença são, de algum modo, imunodeficientes, em sua grande maioria. Por essa razão, a maioria das vítimas são crianças de periferia e adultos com outros problemas de saúde. A fatalidade da doença está relacionada ao rápido diagnóstico da doença e o seu tratamento.

Ouvi dizer que o tratamento da leishmaniose em humanos e animais é o mesmo. Se no ser humano é possível, porque proíbem dos animais?

Nenhum tratamento, seja em homem ou cão, é capaz de eliminar completamente o protozoário. No máximo, reduzir seus níveis. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não é proibido. O que está proibido no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina é o uso de Medicamentos da linha humana, mas mesmo esta proibição de uso de Medicamentos para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina está sendo questionada judicialmente pois uma Portaria Ministerial não tem competência legal para proibir um tratamento de Leishmaniose Visceral Canina. Somente a Lei, em sentido estrito, pode impedir o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina. A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença infecciosa não contagiosa.

O certo é que as autoridades sanitárias dos municípios, dos Estados e do governo federal precisam agir e investir maciçamente no esclarecimento, educação e conscientização da população, dos proprietários de animais e, inclusive, dos médicos humanos e veterinários, visando a prevenção da disseminação da doença. Mesmo com os avanços e com uma ampla de possibilidades de testes laboratoriais, a realidade aponta para uma dificuldade muito grande de diagnóstico dos portadores da LVA, por parte dos médicos humanos e veterinários.

O profissional deve atualizar-se, manter-se informado sobre os novos estudos e possibilidades de diagnósticos pois a doença, quando o cão é portador mas não traz sinais físicos, pode ser confundida com uma série de outras enfermidades.


A habilidade de diagnosticar e a rapidez das providencias são fundamentais. Também é necessário combater de forma mais efetiva o vetor (flebótomo ou mosquito-palha) e, sobretudo, trabalhar pela prevenção, incluindo-se aí o uso da coleira repelente do flebótomo, bem como a vacinação em massa dos animais (como há anos acontece com a raiva, outra zoonose gravíssima).

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