segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O papel do veterinário no cenário atual da Leishmaniose Canina

CARTA DE APELO AOS MEUS COLEGAS VETERINÁRIOS

ESTUDAMOS PARA SALVAR, E NÃO PARA MATAR!!!

Caros colegas, só na região sul do nosso estado somos 254 veterinários; em Rondonópolis já chegamos aos 134. Somos um número considerável e podemos ser arma de conscientização fundamental na luta contra o avanço da leishmaniose, doença que de algum tempo pra cá é nossa inimiga número um.
Sabemos de todas as polêmicas que envolvem a doença e das opiniões que dividem veterinários Brasil a fora.
Uma das principais discórdias está na eutanásia de animais com sorologia positiva. No entanto sabemos que a sorologia recomendado pelo Ministério da Saúde (Elisa e IFI) não tem o poder de decretar a "condenação" do animal, pois pode levar a eliminação de animais sadios, assim como deixar de identificar possíveis portadores da doença (os falsos-negativos). Em função disso deveríamos considerar esse exame interessante sim, mas para os levantamentos epidemiológicos da doença. Países como França, Portugal, Espanha, Itália e Israel, por exemplo, já submetem o procedimento de eutanásia animal à decisão e consentimento do proprietário, já que lá os mesmos são esclarecidos da possibilidade de tratamento acompanhado por médico veterinário, sendo conscientizado ainda, de que a doença é tratável mas não curável ( da mesma forma que ocorre no ser humano).
Abro um parêntese em relação aos cães de rua, em que o poder público e o privado, assim como as associações de proteção aos animais, não tem como absorvê-los. Nesse ponto, o bom senso mostra que, infelizmente não tem outra alternativa a não ser a eutanásia.
A vacinação é outro assunto polêmico que não fica atrás. Por que ainda encontramos resistência? Países como Geórgia, Grécia e mais recentemente a Holanda já estão fazendo uso dela.
No último Congresso Mundial de Leishmaniose, em fevereiro de 2009, em Lucknow, Índia, na página 252 do livro texto do congresso, mostra entre outros, um trabalho que foi feito
em Belo Horizonte, onde em bairros que 83% dos cães foram vacinados, observou-se a redução de 36% da doença em humanos.
Agora pelo menos em um ponto, acho que nós veterinários somos todos unânimes :a prevenção é ainda a melhor forma para não cair nesse dilema todo do que fazer se o animal contrair a doença. É aqui que deveríamos inserir com força a imunoprofilaxia, sendo uma aliada forte dos métodos também eficientes como uso de coleiras e repelentes, e educação ambiental, sem esquecer dos programas de combate ao verdadeiro vilão o "mosquito" vetor .
Enfim, conclamo todos os colegas a apoiarmos e estimularmos todas as ações do poder público, preservando, entretanto, o respeito ao cidadão, a ética e a vida animal.
" O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos inocentes" Martin Luther King.

Dr. Érico Gundim de Morais, Roo 18-04-09.

Fonte: Anclivepa-Brasil

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