sexta-feira, 12 de junho de 2009

Abordagens Atuais no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina




Essas imagens são referentes ao TRATAMENTO de animais portadores de LEISHMANIOSE CANINA
Fonte: Clique (Fiel Amigo)



Abordagens Atuais no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina


A Leishmaniose Visceral Canina tem tratamento. O Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina pode ser feito utilizando diferentes drogas. As drogas para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina são muito baratas e podem ser, inclusive, manipuladas em farmácias. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina exige compromisso tanto do Médico Veterinário como do proprietário. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não é proibido. O que está proibido no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina é o uso de Medicamentos da linha humana, mas mesmo esta proibição de uso de Medicamentos para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina está sendo questionada judicialmente pois uma Portaria Ministerial não tem competência legal para proibir um tratamento de Leishmaniose Visceral Canina. Somente a Lei, em sentido estrito, pode impedir o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina.
Nos tratamentos cujos resultados são apresentados a seguir, foram utilizadas as seguintes drogas: Alopurinol, Cetoconazol, Levamizol, Vitamina A, Zinco, Aspartato de L-arginina e Prednisona. Nunca utilizamos Glucantime ou Anfotericina B em nossos tratamentos. Toda medicação é realizada na casa do proprietário, ministrada através de comprimidos ou cápsulas.

OBSERVAÇÕES:

Em atenção às constantes perguntas formuladas em relação à LVC, é importante que o proprietário/veterinário tenha consciência dos seguintes aspectos:

1. A LVC é doença tratável, apresentando cura clínica (desaparecimento de sinais clínicos), mas dificilmente apresenta cura parasitológica (o parasita não desaparece completamente do organismo do animal/, NEM DO SER HUMANOS).

2. Existem diversas drogas para tratamento da LVC. As drogas mais eficazes são também as mais tóxicas, podendo até matar o animal/ser humano. Mas, o Dr. André Luis utiliza drogas menos eficazes, mas que também trazem efeitos colaterais menos prejudiciais.

3. As drogas utilizadas para animais são as mesmas utilizadas em humanos, pois tais drogas agem matando o parasita. Recentemente uma Portaria dos ministérios da Saúde e Agricultura vêm tentando proibir o tratamento, mas a proibição se restringe a drogas de uso e fabricação para seres humanos. Entendemos que o tratamento não está proibido, pois Portaria não é ato capaz de proibir o tratamento, que só poderia ser proibido mediante LEI. E já existem vários processos contra a portaria!

4. O tratamento da LVC exige acompanhamento por médico veterinário, pois os remédios usados podem causar problemas sérios e até matar o animal.

5. Como a leishmaniose é VISCERAL, não é preciso que o cão apresente lesões externas.

6. A causa da morte na leishmaniose, seja canina, seja humana, é a lesão renal e/ou do fígado que podem se tornar irreversíveis; por isso, entendemos que deva ser PERIÓDICA E OBRIGATÓRIA a exigência dos seguintes exames de sangue: Creatinina, Uréia, ALT, Hemograma e Proteinograma.

7. Estes exames deveriam ser realizados a cada 3 ou 4 meses, OBRIGATORIAMENTE, senão o animal deixa de morrer por causa da leishmania, mas pode morrer por causa dos medicamentos. As lesões renais e hepáticas, quando instaladas, são praticamente irreversíveis e o animal tende a morrer com visível evolução na perda de peso.

8. Os medicamentos que utilizados podem trazer efeitos colaterais: falta de apetite, diarréia, prostração. Nestes casos, a medicação deve ser suspensa e o médico veterinário responsável deve ser informado.

9. A medicação pelo proprietário pode trazer efeitos benéficos nos primeiros 6 meses, mas o quadro geralmente regride após este período, principalmente pela falta dos exames.

10. O animal portador de LVC deve ser monitorado e tomar medicamentos praticamente pelo resto da vida.

11. Raramente ocorrem curas naturais e o tratamento que utilizamos leva à sorologia negativa em apenas 20% dos casos. Os demais animais geralmente ficam portadores da doença mas a capacidade de transmissão cai quanto menos forem os sintomas apresentados.

12. Os trabalhos científicos claramente mostram que não há correlação entre ter animais portadores em casa e os moradores terem doença.

13. AS LEISHMANIOSES SÃO DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES (“MOSQUITOS”) E NÃO SÃO DOENÇAS CONTAGIOSAS (TRANSMITIDA POR CONTATO NATURAL: BEIJO, TOQUE, SECREÇÕES)

14. COMBATEM-SE AS LEISHMANIOSES COM O USO CONSTANTE DE REPELENTES, NO AMBIENTE DOMESTICO E NOS CÃES, DOENTES OU NÃO.

15. Recomendamos fortemente o uso constante de repelentes a base de Cipermetrina na formulação “Pour On”. Nesta formulação (oleosa), deve-se pincelar os locais infestados ou preferidos pelos mosquitos, mesmo dentro de casa: debaixo das camas, atrás dos armários, no arco das portas e janelas, e em peças de madeira (armários, móveis etc). este procedimento deve ser repetido mensalmente. Estes produtos são baratos (cerca de 8 a 15 reais, o litro) e podem ser utilizados diretamente nos cães, MAS NÃO NOS SERES HUMANOS. Contudo, são produtos de baixa toxicidade nas doses recomendadas. Somente são encontrados em casas de produtos veterinários (não se encontra em Pet Shops).

16. Nos animais tratados ocorre uma redução (mas não eliminação completa, que é rara) dos parasitas e daí o tratamento, juntamente com o uso de repelentes nos cães, reduz em muito o risco de transmissão ou nova contaminação da doença pelo cão e pelas pessoas que vivem ao redor do animal.

17. O “mosquito” da leishmania, ao contrário do mosquito da Dengue, não vive e nem se reproduz em água. A fêmea bota seus ovos em terrenos férteis e relativamente úmidos (jardins, vasos, praças etc) daí a importância de manter estes locais limpos.

18. Os trabalhos científicos também informam que a eutanásia de cães não resolve o problema da leishmaniose. Em locais em que a eutanásia foi ou está sendo aplicada, os filhotes de cães que substituem os animais eutanasiados têm apresentado uma maior propensão a desenvolver doença, pois quando se mata um cão não se retira o “mosquito” transmissor e este irá picar outro cão ou outro ser humano, aumentando ainda mais a doença (o que tem sido verificado atualmente).

19. O “mosquito” da leishmania tem pequena capacidade de vôo e dificilmente voa acima de 1 metro de altura. Mas como ele é muito pequeno pode ser levado por correntes de vento a altura muito maiores. Este “mosquito” voa até a uma distância de 200 metros de onde nasceu. Portanto, cuide também dos vizinhos e instrua-os.

20. A recomendação é que as pessoas que morem em locais de risco utilizem permanentemente telas mosquiteiras bem finas, principalmente nos quartos das crianças e dos mais velhos, mantendo sempre a porta da casa e/ou dos quartos fechada.

21. É FUNDAMENTAL só tratar o animal depois de terem sido feitos os exames mais tradicionais: ELISA e RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta); várias doenças apresentam sinais clínicos semelhantes: Erlichiose, Pênfigo, Lupus Eritematoso, Babesiose etc). Os melhores exames, no momento, para o diagnóstico da LVC é a Punção de Medula Óssea e o PCR de Medula Óssea, além do qPCR (todos mais caros). Reforçamos que os demais exames complementares, após confirmada a Leishmaniose, são igualmente fundamentais: Creatinina, Uréia, ALT, Proteinograma e Hemograma.

22. Animais que apresentam sorologia positiva para Leishmaniose mas não apresentam sintomas podem ser vacinados normalmente contra outras doenças. Caso o animal apresente sintomas da doença, deve ser primeiramente tratado e depois deve tomar as vacinas para as outras doenças.

23. O animal tratado e que venha a apresentar sorologia negativa (curado ?) pode apresentar recrudescência da doença ou ser reinfectado novamente, por isso é fundamental continuar com o acompanhamento através de exames e usar, para o resto da vida, repelentes, seja na forma de coleiras inseticidas, seja na forma de inseticidas oleosos para pele.


Prof. André Luis Soares da Fonseca, M.Sc.
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Campo Grande/MS/Brazil

e-mail: afonseca@nin.ufms.br

1 comentários:

Anônimo disse...

Hoje os protocolos são quase os mesmos. O pior é que ainda alguns vets não querem nem tentar usar esses medicamentos;;; os meus estao sendo tratados dessa forma e estou super tranquila.

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